sexta-feira, 31 de outubro de 2008

estou a sentir o coração a bater muito forte no centro do meu corpo.
Aliás, o meu corpo é só batimento do coração.
Ao mesmo tempo do que sinto, existem milhões de outras coisas no meu corpo que eu não sinto.
Existe o Cálcio, o Magnésio, o Sódio, o Potássio.
Iões.
Cargas eléctricas para dentro e para fora das células.

Todas as emoções, todas as coisas sentidas da alma são reacções fisicas e químicas de correntes de electricidade.
É tudo físico, é tudo do corpo, é tudo da matéria.
Está tudo lá, nas condições para a consequência.
a.mar

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Os pássaros procuram alimento, eu talvez procure voar.
Voar também me afasta daqui como para possuirmos uma ave temos que a ter presa numa gaiola e lá se vai o voo delas. Descaracterizam-se.
Se eu voar, descaracterizo-me.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

De entre as coisas do meu dia busco qualquer coisa que acho que não está aqui ao mesmo tempo que tenho aqui tudo.
Procuro
Procuro
Talvez não saiba fazer outra coisa:
“- procura ser correcta e respeitar os outros;
- procura a tua inteligência para fazeres correctamente e para não fazeres asneiras;
- procura ajudar os outros quando necessário;
- etc..”

Procuro sempre não perder o Norte para não me desnortear. Parece-me que desnorteada depois é mais difícil. Mas por acaso eu até sei mais ou menos saber onde está o Norte, tenho algumas das referências necessárias.
Pensava, há bocado, que não gosto de errar. Não gosto da sensação de que não fiz bem.
“- aprende-se com os erros...”
Os erros a mim magoam-me. Fico triste. As coisas dependiam das minhas capacidades e eu não fui capaz. É que se está ali para eu fazer será porque eu sou capaz.
Não me martirizo, é claro. Mas fica mais um traço de tristeza marcado na minha parede.

Ainda ontem corria o Ar de um lado para o outro a grande velocidade, hoje a roupa não se mexe no estendal. Lá vem um ou outro arejamento, lá toca um bocadinho o espanta-espíritos.

Lá passam estes dias de alguma pré-ocupação.
Lá se vai aprendendo a controlar a ansiedade que o que há-de vir trás antes de acontecer.

Suspenso nas cordas como a roupa, dando que fazer ao Vento e ao Sol.

a.mar

domingo, 26 de outubro de 2008

costuras para o Tomás