quinta-feira, 31 de maio de 2007

o que é a segurança de
uma linha muito fina e frágil
Uma e outra parte do batimento cardíaco
mãos dadas
o cor de laranja é a cor do desprendimento

óleo s/tela (60cm x 90cm)

dado
do Lat. datu
s. m.,
pequeno cubo, cujas faces têm pintas ou figuras, usado em certos jogos;elemento ou quantidade conhecida que serve de base à resolução de um problema;cada um dos factos ou dos princípios em que assenta uma discussão;elemento, base, para a formação de um juízo;
adj.,
concedido; gratuito; afável; cortês; inclinado; propenso; habituado; permitido; lícito; datado.

terça-feira, 29 de maio de 2007

a fábrica das Nuvens












Fim de semana na Luz do Vale da Vida
Vale da Vilariça, Douro e Sabor

A vida é uma linha muito fina e frágil.
O Vale é o dorso duma águia,
as serras que o formam são as suas asas,
e nós vamos assim a planar no Universo
à velocidade que a Terra roda em torno do Sol.
Luz,
e o desejo de muitos batimentos cardíacos em Paz.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

E fiquei a meditar interiormente sobre o espaço do Silêncio,
a Simples Beleza da Dedicação / Entrega ao Pleno Silêncio,
o quão Cheio é,
o quão Cheia é esta Vida.

Fui ver ontem:


"Die Grosse Stille"

O Grande Silêncio
de Philip Groning

O Grande Silêncio é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica na sua forma mais pura. Dezasseis anos depois de ter pedido autorização para filmar o mosteiro, o realizador consegue autorização para entrar e filma a vida interior dos monges cartuxos. Sem música à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários ou artifícios. É um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência s Deus.

sou deste Universo













estou voltada para um ecrâ, a escrever para os seres que a minha cabeça e coração chamam amigos,
todos os dias espero uma resposta,
o pai a trabalhar, hoje foi com o meu mano, ao Algarve.
a mãe lesionada com uma tendinite
trabalhei umas horas em massagens ontem, quatro euros
sonho com o silêncio que vi ontem num filme, lá se foram três euros
... hoje, depois das cinco
fui buscar a avó, no carro tocava tango argentino, deixei umas cartas e encomendas no correio
estendi a roupa, veio uma ventania rápida ainda há bocado,
sinto-me deste universo
estou em período de ovulação, não tenho como aproveitar para ter um filho,
já plantei umas árvores, tenho um projecto de um livro,
tenho uma exposição de pintura em Torre de Moncorvo, que é longe para toda a gente,
não há dinheiro para decoração de paredes,
não há tempo para contemplar pormenores,
tiro umas fotografias que ponho no blog, o meu diário público, não há porque escrever um secreto,
todos os dias espero por uns comentários
estou sentada com as costas direitas, uma postura que adquiri desde que iniciei a fase das massagens,
interesso-me por desenhos da pele e as cores das flores,
os amigos estão todos muito ocupados, os outros não me conhecem,
não se trocam pensamentos por alimentos, o físico começa a dar sinal
tenho alegria no meu Coração
se precisarem dalguma coisa, digam
e
não sei...
sou deste Universo







"uma e outra parte do batimento cardíaco-
Acorda Menina Linda"
óleo s/tela (70cm x 90cm)

contracção: para espalhar o sangue
até ao recanto mais longínquo do corpo
descontracção: para criar o espaço vazio
necessário ao recolhimento do sangue de volta
Encontro de teatro em Torre de Moncorvo

terça-feira, 22 de maio de 2007

"Bóia de salvação"
desenho caneta e tinta de china s/papel
21cm x 29cm

Este é o Poema do Amor

Este é o poema do amor.

O poema que o poeta propositadamente escreveu
só para falar de amor,
de amor,
de amor,
de amor,
para repetir muitas vezes amor,
amor,
amor,
amor.
Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico
contar as palavras que o poeta escreveu,
tantos que,
tantos se,
tantos lhe,
tantos tu,
tantos ela,
tantos eu,
conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
foi amor,
amor,
amor.

Este é o poema do amor.


António Gedeão
e fazer crescer laranjeiras a clicar
encontrei aqui
Cansei os braços
a pendurar estrelas no céu.
Destino dos fados lassos.
Tudo termina em cansaços
braços
e estrelas
e eu.
António Gedeão, Balão Esvaziado (in Movimento Perpétuo, 1956)

encontrei no Dias com Árvores

segunda-feira, 21 de maio de 2007

"Menina Flor"
óleo s/ tela (70cm x 80cm)



se a Terra tem Flores e o Céu Nuvens
e os Homens Amores e os Poetas penas
para escrever Sonetos de Poesia
e o Sol dá a Luz ao Dia
e as Estrelas brilho ao Universo
continua o verso
e o Poeta continua...
porque é que não acreditas que sou tua?
não existe mais nada por aqui
que eu veja, dentro do meu Coração, do que a ti.
nem mais palavra, nem mais pensamento
que valha a pena dizer neste momento.
sou uma miúda como outra qualquer,
só que tenho umas palavras e umas imagens para to dizer
diferentes, porque és diferente para mim,
e eu aproveito para to dizer assim
se há Flores, se há Poesia
se há uma caneta e harmonia,
como não me servir delas,
para te rodear de coisas belas.
não sei onde colocar a mão
não sei que gesto traduz melhor a intensão
de te dar a parte do meu Coração,
a parte que guardei à tua atenção.

sou tua Universo
a.mar

"uma e outra parte do batimento cardíaco-
Olharmos o mesmo"
óleo s/tela (180cm x 90cm)
contracção: para espalhar o sangue
até ao recanto mais longínquo do corpo
descontracção: para criar o espaço vazio
necessário ao recolhimento do sangue de volta
eu já os vi a voar
quando estava ao teu lado
e me sorriste porque estavas feliz
entre nós existe uma porção de Terra



mas podemos virar a Terra,

retirá-la do nosso meio

sexta-feira, 18 de maio de 2007

nos meus braços, até às pontas dos dedos, circula o sangue de trás para diante.
traz alimento, leva os desperdícios que não servem às minhas células.
quantas vezes por dia passa o mesmo glóbulo vermelho pelo filtro do rim?


"uma e outra parte do batimento cardíaco-

Cor acção"

óleo s/tela (80cm x 100cm)


contracção: para espalhar o sangue
até ao recanto mais longínquo do corpo
descontracção: para criar o espaço vazio
necessário ao recolhimento do sangue de volta





estou nas nuvens




não sei se vou chover




se me vou manter nebulada




se irei desaparecer no céu azul




mas tenho consciência de que, de facto, seja qual for o estado em que me encontro, a minha vida é uma constante transformação/sucessão de estados.








sendo eu um "ser de ferro" a ferrugem é a imagem da degradação do meu estado de pureza, mas é também o nascimento de uma nova outra substância.




transformarmo-nos é a forma de nos mantermos sempre novos