terça-feira, 31 de agosto de 2010

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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as palavras já foram todas ditas.
hoje, simplesmente, ouvem-se os ecos desses sons que
já bateram ali na montanha
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domingo, 29 de agosto de 2010

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"Cansado de caminhar
alojei-me
entre as glicíneas."

Matsuo Bashô
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sábado, 28 de agosto de 2010

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"Como nesta noite, tinha-se sentido solitário, mas bem depressa descobrira a riqueza duma solidão. A mensagem desta música chegava-lhe unicamente a ele entre os medíocres, com a doçura dum segredo. O mesmo se passava com o sinal da estrela. Era-lhe falada, por cima de tantos ombros, uma linguagem que só ele entendia."

in "Voo nocturno" de Antoine Saint-Exupéry
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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folhas caiem, rebentos novos, só na próxima Primavera.
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Sara Tavares & Ana Moura - De Nua -.wmv

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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" Contente com esta noite bem limpa, lembrava-se de noites de desordem, em que o avião lhe parecia perigosamente enterrado e tão dificil de socorrer. Seguiam-lhe do posto de rádio de Buenos Aires a sua queixa misturada com o estalar das trovoadas. Debaixo dessa ganga surda o ouro da onda musical perdia-se. Quanta tristeza no canto menor dum correio lançado em flecha cega para os obstáculos da noite."

in "Voo nocturno" Antoine Saint-Exupéry
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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centrada no brilho



Homem:
- desejo profundamente sentir o teu Coração a bater forte com o meu!

in Mulher
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domingo, 22 de agosto de 2010

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sábado, 21 de agosto de 2010

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"Floresce na sombra do meu peito,
Vermelha flor de Deus, meu coração...
Suas pe’talas de eu sentir tem jeito
De ter a cor da minha sensação...


Arranquem-mo: é vermelho, e o seu efeito
De existir é esta vida, a confusão
De bem e mal que no meu ser eleito
De brumas faz  e invasão.

E essa vermelha flor de Deus, meu coração,
Que na sombra floresce e no mistério
Entrega, vibração a vibração,
Seu  ao  sidério
Que a espreita do silêncio da amplidão. "

Fernando Pessoa

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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"Inspirando, eu vejo-me como uma flor; expirando, eu sinto-me refrescado
Inspirando, eu vejo-me como uma montanha; expirando, eu sinto-me sólido.
Inspirando, eu vejo-me como água sem movimento; Expirando, eu reflito as coisas como elas são.
Inspirando, eu vejo-me como espaço; Expirando, eu sinto-me livre."


...Thich Nhat Hanh

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"Mente Ecológica, Mente Zen

Um discípulo perguntou ao seu mestre Zen:
"Como posso fazer com que as montanhas, os rios e a grande Terra me beneficiem?"
Respondeu o mestre:
"Tu deves beneficiar as montanhas, os rios e a grande Terra."

Koan: A mente Zen é a nutrição da Terra. A mente da Terra é a nossa nutrição.


Estou Aqui.

Um velho monge estava secando vegetais sob o inclemente sol do meio-dia. Um homem aproximou-se solícito e disse:
"Quantos anos tens?"
"Sessenta e Oito," disse o ancião.
"Por que trabalhas tanto aqui no templo?"
"Porque aqui no tempo tem tanto trabalho a fazer..." replicou o monge.
"Mas porque trabalha sob este sol tão quente?"
"Porque o sol quente está lá, e meu trabalho é aqui."


Sem Diferenças

Certo dia, um discípulo perguntou ao monge Pa-ling:
"Há alguma diferença entre o que disseram os patriarcas e o que está escrito nos Sutras sagrados?"
O sábio respondeu:
"Quando fica frio, os faisões empoleiram-se nos galhos das árvores, e os patos mergulham sob a água".

In Sala de Estudos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

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"Quando um mestre espiritual e seus discípulos começavam a sua meditação do anoitecer, o gato que vivia no Mosteiro fazia tanto barulho que os distraía. Então, o professor ordenou que o gato fosse amordaçado durante a prática noturna.

Anos depois, quando o mestre morreu, o gato continuou a ser amarrado durante a meditação. E quando o gato eventualmente morreu, outro gato foi trazido para o Mosteiro e amarrado.
Séculos depois, quando todos os fatos do evento estavam perdidos no passado, praticantes intelectuais que estudavam os ensinamentos daquele mestre espiritual escreveram longos tratados escolásticos sobre a significância de se amordaçar um gato durante a prática da meditação..."

in  180 Contos e Koans Zen
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

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.diz Tulku Lobsang “tudo é possível e tudo pode acontecer. Mas ao mesmo tempo, nada é possível e nada acontece”.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

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corremos em direcção ao horizonte à nossa frente para o alcançar
e ele foge, à nossa frente, à mesma velocidade.
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domingo, 15 de agosto de 2010

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"Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,

Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza às cousas.


Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?


Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.


Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!"

Alberto Caeiro





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sábado, 14 de agosto de 2010

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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"V



Há metafísica bastante em não pensar em nada.


O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.


Que ideia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).


O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.


Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?


«Constituição íntima das cousas»...
«Sentido íntimo do Universo»...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.


Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.


O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.


Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!


(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)


Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.


E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,

E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

Alberto Caeiro"
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"A luz que vem das estrelas,

Diz — pertence-lhes a elas?
O aroma que vem da flor,
É seu? Dize, meu amor.


Problemas vastos, meu bem,
Cada cousa em si contém.
Pensando claro se vê
Que é pouco o que a mente lê
Em cada cousa da vida,
Pois que cada cousa, enfim,
É o ponto de partida
Da estrada que não tem fim.


Perante este sonho eterno
Falar em Deus, céu, inferno…


Ah! dá nojo* ver o mundo
Pensar tão pouco profundo."

Fernando Pessoa

* substituía este "dá nojo" por: "será(?) penoso para o mundo".
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terça-feira, 10 de agosto de 2010

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estou à beira de entrar em estado de choque com o calor
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

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sábado, 7 de agosto de 2010

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"Ah, abram-me outra realidade!

Quero ter, como Blake, a contiguidade dos anjos
E ter visões por almoço.
Quero encontrar as fadas na rua!
Quero desimaginar-me deste mundo feito com garras,
Desta civilização feita com pregos.
Quero viver, como uma bandeira à brisa,
Símbolo de qualquer coisa no alto de uma coisa qualquer!


Depois encerrem-me onde queiram.
Meu coração verdadeiro continuará velando
Pano brasonado a esfinges,
No alto do mastro da visões
Aos quatro ventos do Mistério.
O Norte — o que todos querem
O Sul — o que todos desejam
O Este — de onde tudo vem
O Oeste — aonde tudo finda
—Os quatro ventos do místico ar da civilização
—Os quatro modos de não ter razão, e de entender o mundo"

Alberto Caeiro
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Beautiful World - Wonderful World

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Baraka"
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"XXI


Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma coisa para trincar
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...


Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...


O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."

Alberto Caeiro
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