..
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

abre-se uma porta

e abre-se o caminho lá para fora

estou a quatro dias de comemorar a minha saída para fora.

Eu nasci dentro dum redondículo confortável, aconchegada

e saltei ou fui levada a saltar pelas forças da Natureza,

uma vez que as coisas foram postas a rolar, não parei, até porque não depende de mim a totalidade.

A minha passagem através do túnel que me mostrava a luz no seu fim.
Penso que a lembrança que muitos têm depois de estar em coma duma luz ao fim do túnel tem a ver com nascimento. Vimos dum mundo escuro e abre-se a luz para nós. A  visão é o sentido mais novo para nós. Dentro do útero nós ouvimos, sentimos temperatura, penso que até do paladar já temos uma certa memória intra-uterina.

Aqui estou eu, hoje, agora.

O dia de hoje é como o dia em que respirei pela primeira vez, 

todos os novos dias são assim, o primeiro em que nasci para eles.

Bem hajam!

Obrigada!

.

.

.

.

.

.

.

..

.

..

.

.

.

.

.

.

.

.

 

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.