segunda-feira, 9 de julho de 2012

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
"Se eu pudesse trincar a terra toda
e sentir-lhe o paladar,
e se a terra fosse uma coisa para trincar
seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de Sol,
e a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
naturalmente, como quem não estranha
que haja montanhas e planícies
e que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
na felicidade e na infelicidade,
sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
e quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
e que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."

Alberto Caeiro
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Sem comentários: