quinta-feira, 29 de junho de 2006

Sentei-me aqui à espera de alguma notícia.
Percorro com os olhos este rectângulo de luzes, ou mais claras ou mais escuras. Signos perfeitamente rectos que mostram mensagens inconfundíveis ou manchas indefinidas que transmitem mensagens descodificáveis à medida dos meus olhos.
Lá fora tudo é luz também. Realmente. Esta aqui é que está mais arrumada, delimitada, encaixadinha, comodamente encaixada. Ao mínimo esforço de um toque de um dedo, dá-se a volta ao Mundo, ao Universo. E nós, parados.
E eu parada, só o mínimo movimento e o mínimo tempo.
Passado, presente e futuro num segundo. É mesmo muitos acontecimentos num espacinho diminuto
Mas é tanta luz no mínimo de desgaste de mim.

Outra coisa é eu ir por aí desfazendo-me em grãos de areia da praia. De encontro às rochas que nas minhas ondas vou encontrando. Assim fico dividida, existo nos lugares onde passei, larguei células minhas, mortas nesses lugares onde estive.

Esteja eu aqui ou a circular por aí, o meu corpo está sempre a fazer-se e a desfazer-se por detrás da minha consciência. O que era seiva, formou-se em madeira e será devorado em pó para correr em seiva, formar-se em madeira para ser alimento de seiva e madeira e desfazer-se em pó.

Lá fora talvez haja mais seiva para eu me misturar e dividir o meu pó por mais madeiras. E a Luz é ilimitada e livre. a.mar

1 comentário:

Anónimo disse...

Really amazing! Useful information. All the best.
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