sexta-feira, 22 de setembro de 2006

que névoa encobre a paisagem?
que vento levanta esta poeira?
que som ensurtecedor abafa a tua resposta à minha pergunta?
que frio é este que me obriga a enrolar-me no manto para não arrefecer?
como é que eu destapo os braços e os pasos para prosseguir caminho?
como é que paro o vento para a poeira assentar e ouvir o que me dizes e descobrir na paisagem o trilho que preparaste para eu passar?
ou continuo assim mesmo, como que de olhos fechados ouvidos tapados, corpo protegido do frio?
parece-me que cada vez que assento o pé no chão, a cada passo, mais poeira levanto, menos claro o ar, menos visível o caminho, mais isolada me sinto.
um passo, uma nuvem de invisibilidade...
será o embate do meu pé, a cada passo, forte demais para tanto pó?
que força tenho eu?
já sei...
paro!
espero que a poeira assente, se não me mexer, não levanto mais nuvens
a.mar

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