quarta-feira, 15 de novembro de 2006


Vem o amado

1 Eu sou o narciso de Saron,
eu sou o lírio dos vales.

Ele
2 Tal como um lírio entre os cardos
É a minha amada entre os jovens.

Ela
3 Tal como a macieira entre as árvores na floresta
é o meu amado entre os jovens.
Anseio sentar-me à sua sombra,
que o seu fruto é doce na minha boca.
4 Leve-me para a sala do banquete,
e se erga diante de mim a sua bandeira do amor.
5 Sustentem-se com bolos de passas,
Fortaleçam-me com maçãs,
Porque eu desfaleço de amor.
6 Por baixo da minha cabeça ele põe a mão esquerda
e abraça-me com a mão direita.
7 Eu vos conjuro, mulheres de Jerusalém,
Pelas gazelas ou pelas corças do monte:
não desperteis nem perturbeis
o meu amor, até que ele queira.
8 A voz de meu amado! Ei-lo que chega,
correndo pelos montes,
saltando sobre as colinas.
9 O meu amado é semelhante a um gamo
ou a um filhote de gazela
Ei-lo que espera,
por detrás do nosso muro,
olhando pelas janelas,
espreitando pelas frinchas.
10 Fala o meu amado e diz-me:

Ele
Levanta-te? Anda, vem daí,
ó minha bela amada!
11 Eis que o Inverno já passou,
a chuva parou e foi-se embora;
12 despontam as flores na terra,
chegou o tempo das canções,
e a voz da rola
já se ouve na terra;
13 a figueira faz brotar os seus figos
e as vinhas floridas exalam perfume.
Levanta-te! Anda, vem daí,
ó minha bela amada!
14 Minha pomba, nas fendas do rochedo,
no escondido dos penhascos,
deixa-me ver o teu rosto,
deixa-me ouvir a tua voz.
Pois a tua voz é doce
e o teu rosto, encantador.
15 Agarrai-nos as raposas,
essas raposas pequenas
que devastam as vinhas,
as nossa vinhas já floridas.

Ela
16 O meu amado é para mim e eu para ele,
ele é o pastor entre os lírios,
17 até que rebente o dia
e as sombras desapareçam.
Volta, meu amado, e sê como um gamo
ou um filhote de gazela
pelas quebradas dos montes.


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