segunda-feira, 23 de março de 2009

(…a minha versão e um texto dum Samurai Anónimo S.XVI que encontrei aqui)
Tenho os pais, mas para além deles, faço do Céu e da Terra meus avós.
o lugar, faço da minha consciência meu lugar.
a vida e a morte, faço do correr do meu alento minha vida e minha morte.
a força divina, faço da honestidade minha força divina.
os meios, faço da compreensão meus meios.
os segredos mágicos, faço do meu carácter meu segredo mágico.
o corpo, faço da resistência meu corpo.
os olhos, faço do brilho dos relâmpagos meus olhos.
os ouvidos, faço da sensibilidade meus ouvidos.
os membros, faço da destreza meus membros.
a estratégia, faço do “não obscurecida pelas ideias” minha estratégia.
os planos, faço do “aproveitar de oportunidades” meu plano.
os milagres, faço da acção rápida meus milagres.
os princípios, faço da adaptabilidade a todas as circunstâncias meus princípios.
as tácticas, faço do vazio e da plenitude minhas tácticas.
os talentos, faço da ingenuidade meu talento.
os amigos, faço da minha mente minha amiga.
os inimigos, faço do descuido meu inimigo.
a armadura, faço da benevolência e rectidão minha armadura.
o castelo, faço da minha mente meu castelo.
a espada, faço da ausência do eu minha espada.

falo muito de mim, mas entendo-me como parte de um todo, como grão de areia na Terra. E que para melhor me aperceber do meu caminho, ter que perceber o que se passa no meu interior. Aperceber da velocidade que o ar entra e sai, que o Coração bate, e a que a água corre e o calor que sou.

Eu também é o único conhecimento que tenho, porque não conheço o que está fora de mim. É o meu Eu nas coisas que me rodeiam. Sabendo que o Eu não acaba em mim, não se limita a este que aqui se apresenta de corpo e espírito. Sou muitos Eus, estou em muitos lugares, estive e estarei. Por isso não me limito a este que aqui escreve neste momento. E cada célula de mim é um Eu pequenino (ou grande) de mim.

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