sábado, 5 de dezembro de 2009


"Como podemos nós cavar esse poço tão profundo na nossa posição sentada?
Como podemos nós alcançar esse céu azul na nossa posição sentada?
Com o nosso ciclo respiratório, com a trindade da meditação - postura, respiração e meditação não-mente - agora estamos a cavar esse poço, respiração a respiração; passo a passo agora estamos a escalar a nossa própria montanha, em direcção ao céu azul do vazio original. E é dentro desta prisão da nossa própria realidade que somos capazes de chegar ao céu sem nuvens, sem tempo, sem espaço. Não precisamos de nos escapar dela: a nossa própria realidade, seja ela qual for, é já a nossa oportunidade de vazio directo. Este é o nosso sentar.

Cada vez que nos sentamos a mais profunda voz do verdadeiro vazio, silenciosamente chama-nos de dentro.

Respiração a respiração, estejam serena e naturalmente sentados na vossa estável posição com a coluna direita e a expiração atenta. Deste modo estaremos a cavar o mais profundo poço em direcção ao centro da terra - nós mesmos. Por favor deixem-se ser esse poço sem fundo, do qual brota a mais pura água (a compaixão), para humedecer o deserto deste mundo Desta maneira podemos ajudar os outros sem qualquer interferência dos nossos egos e idéias. Deixem, pois, o nosso zazen ser o solo (a nossa Terra-Mãe) da verdadeira paz no Mundo."
in "Folhas, caem, um novo rebento", Hôgen Yamahata

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