quinta-feira, 10 de dezembro de 2009


Eu tenho algum interesse por Tarô.
Tenho um baralho: Tarô da Vinci. O Tarô do Leonardo Da Vinci.

O Leonardo era o homem da observação e da experiência. Realmente interessado em todos os temas, em todos os mistérios do Cosmos.

Ontem estava a acordar de um sonho onde acabava de ler a palavra Mundo.
Hoje de manhã estava a pensar aí nuns assuntos relacionados com o Tarô e pensei: estamos no século vinte e um.
Vinte e um é a carta "O Mundo", a última carta do Macrocosmos (no Tarô convencional é o último arcano maior).
É engraçado o quanto a palavra Mundo anda na boca de toda gente:
o Mundo está assim; o Mundo está assado; o fim do Mundo; o Mundo individual; o Mundo colectivo; a Globalização; à escala Mundial, etc.
E fiquei a pensar nas profecias do fim do Mundo. Estando nós na última etapa do Macrocosmos em termos de Alma, estamos no fim dum ciclo. Com o que é que começou o ciclo: com Cristo. Antes de Cristo, ano 0, depois de Cristo. Embora outras culturas tenham outros calendários, é a era de Cristo que uniformiza o Mundo.
Dalguma forma eu procurei durante a minha vida conhecer Deus. Anos e anos eu procurei formas de afirmar que Deus não existe, que é uma criação humana. Que é uma fuga à responsabilidade e um refúgio à incapacidade humana.
Então eu vejo que estamos a chegar ao fim do Mundo de Deus.
Esta mais que visto e provado que a Religiosidade traz, na maioria dos casos, sofrimento. E todas as Religiões circulam à volta deste sofrimento. Porquê?
Porque sempre que o homem pôe a sua vida nas mãos de Deus, ele liberta-se da sua responsabilidade. Ao libertar-se da responsabilidade, "seja o que Deus quiser", ele não está a analizar condições, nem está a ser prudente, reunir toda a experiência e conhecimento para agir conscientemente. Resultado: as coisas correm bem - foi um milagre; as coisas correm mal - é a vontade de Deus, que escreve direito por linhas tortas. E sofrimento porque nos sentimos uns paus mandados e ainda por cima incapazes, de pés e mãos atadas, miseráveis perante a grandeosidade de Deus.

Eu sou da opinião que o homem tem que mudar a atitude de deitar para as costas de outro (Deus e os outros) a responsabilidade, a vontade, a razão de viver.

Existe uma força superior: a força das condicionantes ambientais onde vivemos.
E nós somos uma peça integrada na grande engrenagem que é o Universo.
Digo engrenagem porque todos estamos a trabalhar, gerar energia e enquadrados no espaço.

E é engraçado como se ouvem falar de crianças que nascem com uma sensibilidade diferente e como essa diferença e novidade estão ligados à primeira carta do Macrocosmos:
"O Louco" - O que o chama para que siga esta nova partida?
Como lhe proporcionaria poder o instinto?
Eu vejo este instinto como uma razão muito desperta, muito aberta, muito dirigida, muito consciente, evoluida, num Mundo sem fronteiras, sem culpas e sem a centralização no sofrimento.

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