sexta-feira, 2 de outubro de 2009

chão
Limpo o chão, taco a taco de madeira de não imagino qual floresta, que foi sujeita a não imagino quantos e quâo fortes ventos, nem imagino quantas gotas de água por ela passaram no seu caminho para os rios e mares de volta para o céu, que não imagino quantas estações e anos viveu.
E aplico-lhe a cera produzida por não imagino quantas abelhas que voaram por não imagino quais campos, nem imagino quantas e quais flores visitaram enquanto construiram a cera que eu estou a utilizar.*
Por isso é que não me custa respeitar os veios da madeira. Estou a lidar com milhões de coisas que não imagino.
*eu sei que a cera deve ser sintética, não imagino quantas colmeias teriam que existir para fornecer toda a cera que se gasta, mas se eu acreditar que é das abelhas, o meu trabalho corre melhor e é de mais responsabilidade porque lida com mais uns tantos milhões de seres da Natureza.

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