"(...) Verdades metafísicas apresentadas pelo Budismo e pelo Hinduismo(...) reduzidas à sua expressão mais simples:
1- Há um Real, um Absoluto inacessível ao pensamento e à linguagem, que está em todas as coisas e também dentro delas. (...) No Hinduismo é concebido ontologicamente como o Ser Eterno e Imutável; no Budismo é expresso dialecticamente, como sendo o contínuo vir-a-ser e a perpétua transformação de todas as coisas.
2- Ele é Uno, a Totalidade de Existência, o Absoluto, mas pode revelar-se a si mesmo através da multiplicidade dos fenómenos relativos, contingentes e transitórios, assim como a luz só se revela como tal quando incide em corpos opacos que provoquem um contraste luz-trevas.
3-Degradado à esfera do relativo, o Absoluto revela-se como um ego, preocupado em se auto-afirmar através da realização de pequenos desejos insignificantes, esquecido de sua identidade original. Urge que, através de um processo de evolução, ele recupere a consciência da mesma, que tome consciência de que ele é o próprio Absoluto. Essa experiência da auto-realização, do encontro com a Verdadeira Natureza, é chamada Libertação ou Despertar.
Em outras palavras, o Budismo e o Hinduismo são caminhos pelos quais o homem busca superar o estado de ego, filho da ignorância primordial, para recuperar sua verdadeira identidade, seu Eu Superior. Natureza Búdica, Vazio, Consciência Universal, Eu Superior.
(...)dos três princípios fundamentais dos ensinamentos de Buda
- Princípio do incondicionado ou do nirvana: entretanto há um Real Incondicionado por de trás de todos os fenómenos impermanentes e relativos. O homem poderá atingi-lo ou experimentá-lo aprendendo a desapegar-se dos fenómenos impermanentes e relativos, aceitando-os como tais, assomindo a transformação de si mesmo e de todas as coisas, com suas consequências.(...)
(...)
O que é o nascimento? Tudo o que num ser qualquer é nascimento, origem, concepção, aparecimento, produção de construções, aquisição das esferas dos sentidos - eis o que se chama nascimento.
O que é a sensação? Há seis espécies de sensações: as que nascem do contacto com o olho, com a orelha, com o nariz, com a lingua, com o corpo e com a mente.
Zen Budismo Chinês
(...) Há muitas maneiras de se entrar no Caminho, mas de uma maneira geral elas pertencem a apenas duas espécies: Uma é a Entrada Através da Razão e a outra é a Entrada Através da Conduta.(...)
"Textos Budistas e Zen Budistas
Ricardi M Gonçalves
Estas são escrituras do tempo em que o homem não conhecia nada do neurónio
e estava eu a pensar:
O nosso Eu Superior é o nosso cérebro.
Vivemos a vida inteira com as células com que nascemos. Estas células não são renovadas. Morrendo não se substituem e não nascem células novas ao longo da vida.
O nosso Eu Superior, o cérebro, é o que permanece. Tudo aquilo que experimentamos toda a vida passa por elas.
As suas céulas são Impermanentes, Eternas, Absolutas porque são transformadas do que existe antes em nós, serão nós e depois de nós irão transformar-se noutras substâncias ou energias. Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. E tudo está contantemente em transformação. Contínuo fluir. Cada momento difere do momento seguinte e do anterior. Nada permanece. Quando morre um ser, ele é logo transformado noutro ser.
E Vazio. O nosso cérebro são idéias e olhas para ele e vês uma massa cinzenta. Aliás, é impossivel olharmos o nosso próprio cérebro, o que temos são construções mentais. E todas as idéias, conceitos, aquisições são virtuais e são impulsos eléctricos. Uma dor é uma série de electrões e elementos químicos em reacção uns com os outros.
E a energia que troco com o meio ambiente e transformo não acaba em mim, não me pertence, passa por mim.
Podemos fazer do nosso cérebro o círculo sagrado mágico.
"O deleite é um segredo. E o segredo é este: crescer em silêncio e prestar atenção; parar de pensar, parar de mover-se, quase parar de respirar; criar uma quietude interior em que, como camungongos em casa deserta, as capacidades e percepções demasiado inconstantes e fugitivas para o uso diário, podem emergir delicadamente. Oh, dêem-lhe as boas vindas! Pois estes são os filhos há muito perdidos da mente humana. dêem-lhes íntima e amorosa atenção, pois eles estão enfranquecidos por séculos de descaso. Em troca disso, eles lhes abrirão os olhos para um novo mundo, dentro do mundo conhecido, tomar-lhes-ão as mãos, como fazem as crianças, e os levarão para onde a vida está sempre nascendo e o dia está sempre despontando.
(...) "o clima de deleite" não é uma terra distante que se encontra nos céus, mas é, antes, simplesmente, um novo modo de experimentar o mundo conhecido"
"Jung e o Tarô, uma jornada arquétípica
Sallie Nichols"
domingo, 10 de maio de 2009
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