Hoje de manhã, ri-me com a minha mãe.
Ela perguntou-me:
- O que é que estás aqui a fazer descalça?
- Não vou para a fonte. Disse-lhe eu.
- O quê?
- Não vou para a fonte como a outra...
ah ah ah
Eu tinha-me lembrado deste poema do Camões:
Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
Luís de Camões
sexta-feira, 22 de maio de 2009
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