sexta-feira, 22 de maio de 2009

Estava a entregar a moedinha ao "arrumador dos carros" no parque de estacionamento e estava a pensar como estes seres poderão ser os índios urbanos.
Estou a falar duma forma de vida.
Eles não têm casa, eles acapam por aí, num terreno de todos.
Estão ali a espera da moedinha, o que a Natureza deles lhes oferece, para colherem.
Têm a sua tribo, famíla, da qual fazem parte entre os quais procuram apoio e a maioria das vezes, encontram.
Aos nossos olhos, dos que não vivemos com eles, é um mau apoio, mas é apoio.
Tomam, fumam drogas, tal como os índios fumam o seu cachimbo da paz. É o que lhes traz a paz, é o momento em que estão bem com a vida deles, e em harmonia. É o momento de fazerem as pazes com a vida.
Enquanto estão ali, lhes dão uma ou outra moeda, eles até são simpáticos com toda a gente, não têm razão de queixa da sociedade. Com muito pouco esforço conseguem o necessário para viverem a vida deles.

Não sei se estou a fazer uma comparação inadmissível, mas foi um pensamento que me passou pela cabeça ao vê-los ali, tão organizados, profissionais mesmo, até com uns auscultadores nos ouvidos como se fossem inter-comunicadores.
Lembrei-me também dos ladrões, que entram em nossa casa, remexem e levam as nossas coisas.
Até que ponto é que elas nos são necessárias se as podemos deixar em casa, e, se as transportamos, logo vamos trabalhar para adquirir novas coisas?
Se puderam levar é porque não era nosso.

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