"Na manhã seguinte, Ntoweni escapou por entre a poeira dos caminhos. Assim que deu pela sua ausência, o rei mandou que a seguissem. Quando ela se aproximava de sua casa, uma azagaia cruzou o espaço e se afundou nas suas costas. A cabaça subiu, desamparada, pelo ar e a água se derramou, desperdiçada. Mas quando a vasilha se quebrou no chão, os céus todos estrondearam e um rasgão se abriu na terra.
Das profundezas emergiu um rugido e uma imensa serpente azul se desenrolou dos restos da cabaça.
Foi assim que nasceu o rio."
in "A Chuva Pasmada" de Mia Couto
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